Segurança na Execução dos Serviços
4 de outubro de 2016No começo do século passado, as bombas individuais instaladas nas calçadas à frente de armazéns ou farmácias vendiam querosene para fogões e iluminação. A gasolina era subproduto indesejável do querosene e era descartada.
Com o aumento do número de veículos com motor a combustão interna, começou a aumentar a venda de combustível e, em 1907, surgiram os postos de gasolina.
A tubulação metálica, utilizada nos postos de combustível, acabava se oxidando e furando, dando origem à contaminação do solo e da água do subsolo. Com o aumento do número de postos, a contaminação foi crescendo.
Por volta de 1980, foram iniciadas ações no sentido de conter o problema, que já era grave. Um engenheiro da Shell, Jan Ageheim, encarregado de encontrar uma solução para o assunto, iniciou o estudo com tubos de polietileno (PE) que já era utilizado com sucesso para transporte de água e outros fluidos desde a década de 1950.
Foram feitas algumas instalações com PEAD. Após alguns anos, ao inspecionar a tubulação, verificou-se que a mesma estava intacta, sem qualquer tipo de avaria. Entretanto, o terreno ao redor estava contaminado, como se tivesse havido um vazamento.
Esta contaminação havia ocorrido por causa de um fenômeno inesperado : o PEAD, que também é derivado do petróleo, é permeável à gasolina numa taxa de 8 a 12 g/m² x dia para tubos PN10 com diâmetro de 63mm. Um metro quadrado de área de tubo no posto equivale aproximadamente a 10m lineares de tubulação. Considerando um posto com 200m de tubos, chegamos ao valor de 70 litros de combustível permeado por ano, sem que a tubulação tenha problemas. Esta contaminação era bem menor que a anterior mas ainda era muito alta.
A maneira encontrada para reduzir o problema foi adicionar uma película de nylon ao interior do tubo. O problema agora era a dificuldade de aderir essa película no PEAD que é um material de difícil adesão devido à sua baixa energia superficial. Após várias tentativas sem sucesso, por fim foi descoberta uma cola que aderia ao PEAD e ao nylon. Essa cola permitiu, num processo sofisticado de produção, a obtenção do tubo revestido internamente, que reduziu em dez vezes a sua permeabilidade.
O tubo assim produzido, chamado de “Terceira geração” composto de PEAD com uma camada de liner interna é o material mais usado até os dias de hoje. Recentemente passou a ser disponível um produto semelhante, com zero de permeabilidade, porém ainda não é largamente utilizado no Brasil.